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Foto do escritorRicardo De Andrade

Obesidade como sintoma de desequilíbrio emocional: A importância do tratamento psicológico.


A obesidade é um problema de saúde pública crescente em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão acima do peso e mais de 700 milhões serão obesos. Embora a obesidade seja comumente associada a fatores como falta de atividade física e alimentação saudável, cada vez mais pesquisas sugerem que a obesidade é também uma doença psicológica. A relação entre obesidade e saúde mental é complexa. Alguns estudos apontam para a existência de um ciclo vicioso: a obesidade pode levar a problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, e, por sua vez, esses problemas podem levar ao ganho de peso. Outros estudos sugerem que a obesidade pode estar ligada a problemas emocionais mais profundos, como traumas da infância ou transtornos de ansiedade. Um estudo realizado pela Universidade de Columbia mostrou que 40% dos adultos obesos apresentaram sintomas de depressão maior em comparação com 18% dos adultos com peso normal. Além disso, indivíduos obesos têm maior probabilidade de sofrer de transtornos alimentares, como a compulsão alimentar periódica, em que uma pessoa consome grandes quantidades de alimentos em um curto espaço de tempo, mesmo sem sentir fome.

É importante ressaltar que a obesidade é uma doença crônica que requer um tratamento multidisciplinar, que inclui mudanças no estilo de vida, dieta e atividade física, bem como o tratamento de problemas emocionais subjacentes. A terapia cognitivo comportamental (TCC) é um dos tratamentos psicológicos mais eficazes para a obesidade. É importante destacar que a obesidade afeta a qualidade de vida e a autoestima das pessoas. Um estudo publicado no Journal of Obesity mostrou que o preconceito contra pessoas obesas é tão comum quanto o preconceito contra pessoas com etnias diferentes. Isso pode levar a sentimentos de isolamento social e baixa autoestima, o que pode dificultar a busca por tratamento e também o próprio tratamento. Em suma, a obesidade não deve ser vista apenas como um problema de saúde física, mas também como um problema de saúde mental. É fundamental que o tratamento para a obesidade inclua a abordagem dos fatores psicológicos subjacentes, pois isso pode aumentar a eficácia do tratamento e melhorar a qualidade de vida das pessoas suportadas pela obesidade. Na prática clínica, é comum que pacientes com obesidade se relacionem sentindo-se "sem controle" em relação à sua alimentação e hábitos de vida, o que sugere uma relação entre a obesidade e a falta de autocontrole emocional. Por isso, o tratamento psicológico é essencial na abordagem desses

casos. Um exemplo de como o tratamento psicológico pode ser eficaz na luta contra a obesidade é o caso de um paciente que sofre de compulsão alimentar regular e obesidade grave. Após um ano na terapia cognitivo comportamental, a paciente conseguiu perder cerca de 50 quilos e manteve a perda de peso por mais de dois anos. A terapia a ajudou a identificar e lidar com gatilhos emocionais para a compulsão alimentar, além de ensiná-la a desenvolver estratégias para lidar com a ansiedade e o estresse. Outro exemplo é o de um estudo realizado em 2018 pela Universidade de São Paulo que analisou a relação entre obesidade e sintomas de ansiedade em adolescentes. Os resultados mostraram que os adolescentes com obesidade apresentaram níveis mais elevados de ansiedade do que os adolescentes com peso normal. Além disso, os adolescentes que receberam tratamento psicológico apresentaram uma redução significativa nos sintomas de ansiedade e melhoraram sua saúde mental e qualidade de vida. É importante ressaltar que a obesidade é uma doença complexa e multifatorial, e que a abordagem psicológica é apenas uma parte do tratamento. É fundamental que os pacientes obesos recebam um tratamento multidisciplinar que inclua dieta, atividade física e medicamentos, quando necessário. Em resumo, a obesidade é uma doença que pode ter origem em problemas emocionais mais profundos, como traumas ou transtornos mentais. Portanto, é importante que os profissionais de saúde incluam uma avaliação psicológica e tratamento no plano terapêutico dos pacientes com obesidade, visando uma abordagem mais eficaz e duradoura. E tem mais, como terapeuta costumo incluir as pessoas mais próximas ao paciente obeso, em algumas sessões de Psicoterapia. São pessoas fundamentais neste tratamento e esta participação é curta e discreta. A intenção é dar apoio e credibilidade ao paciente, pois de nada adianta todo o esforço em terapia se chegando em casa não há uma "nova ordem" a seguir. Veja só, ao ler isso, você deve ter imaginado que também teria que participar da dieta não é? Mas não é nada disso, a intenção é mostrar que existem formas de evitar a exposição desnecessária de alimentos dentro de casa, como doces, pães e bolos. É deixar claro que o obeso compulsivo começa a engordar antes mesmo de ingerir o alimento. A ansiedade já inicia esse processo. Então começamos a perceber que o tratamento desse transtorno, não passa somente por diversos profissionais, mas também pela família e amigos. Passa pela dedicação, respeito, atenção, empatia e reconhecimento. Tendo isso, o caminho ficará bem mais leve.




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